quarta-feira, 20 de julho de 2011

Novo algoritmo detalha evolução humana

Um novo algoritmo de análise genômica dá novos detalhes sobre a migração humana da África, há cerca de 60 mil anos.
Com ele, pesquisadores do Instituto Sager do Welcome Trust, no Reino Unido, encontram fortes indícios de que grupos africanos, europeus e asiáticos continuaram a trocar material genético muito depois que o imaginado.
Os dados foram publicados na Nature, uma das mais importantes revistas científicas do mundo
Basicamente, o que essa análise completa de indivíduos de diferentes populações mostrou foi que o cruzamento entre os grupos continuou muito depois do êxodo original.
A equipe sequenciou e comparou setes genomas de machos de diferentes lugares: um da China, três da Europa, um da Coreia e dois do oeste da África. Cada genoma contem informações sobre a mãe e o pai do indivíduo e, ao analisar a longa sequencia completa, é possível combinar as informações de milhares de pontos para criar uma historia das diferentes contribuições de cada ancestral. Também dá para relacionar dois diferentes ancestrais comparando os cromossomos X de dois machos – uma vez que cada macho só possui uma cópia do X, sabe-se que esta cópia veio de sua mãe.

A partir desses dados, foi criado um modelo estatístico que revelou uma história um pouco diferente da que se acreditava...
Saída da África
O homem moderno surgiu na África há mais de 100 mil anos. Os indícios revelam que houve um aumento grande da população nesse período. Há cerca de 60 mil anos, alguns indivíduos começaram a migrar para Europa e Ásia – e há uma redução dramática da população, um gargalo que durou até 20 mil ou 40 mil anos atrás.
No entanto, ao contrario do que se acreditava, a nova pesquisa revela muitas evidências de troca de material com populações africanas por dezenas de milhares de anos após este gargalo.
Os indícios genéticos mostram que as populações europeias e do leste da Ásia foram reduzidas a cerca de 1/10 de seu tamanho anterior logo após migrarem da África. Esses dados coincidem com o período em que fósseis e artefatos humanos começam a aparecer na Europa e Ásia. Ainda assim, por pelo menos mais 20 mil anos, as populações da África e fora dela não eram geneticamente separadas.  Uma nova explicação recém-elaborada pode ser a de que imigrantes da África continuaram a se juntar às populações fora do continente muito depois do seu êxodo original.
Embora embasados em uma rigorosa análise, esses dados estão ligados a uma tarefa nada fácil: fazer o sequenciamento de um genoma completo. O algoritmo desenvolvido pelos pesquisadores poderá agora ser alimentado com mais dados ao longo do tempo. Projetos como o The 1000 Genomes Project, por exemplo, podem servir para torná-lo ainda mais preciso.
Arqueologia
O trabalho é uma verdadeira arqueologia genômica: analisando material genético de indivíduos hoje, os pesquisadores conseguem inferir muitas coisas, como o tamanho de uma população no passado, bem como a sua história.
Este trabalho é feito normalmente avaliando trechos específicos do genoma de cada indivíduo. O diferencial da pesquisa liderada pelo Dr Richard Durbin, no entanto, é avaliar e comparar o genoma completo.  A técnica implica em menos deduções do que os métodos atuais.
http://info.abril.com.br
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